terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Abandonar o barco

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.


Tom e Chico (Eu te amo)


Ah, meu amor, ainda meu...
Tenho essa tristeza em meu ser, tão presente e plena
que nada me parece normal.
Então qual a vantagem de um amor desfeito, se o sofrimento é permanente?

Só posso ver nas palavras que brotam em meu pensamento, direto do meu coração
que não ouso calar, o resultado dessa inspiração nefasta
Sofrer de amor só é bom pra escrever sobre dor.

Mas se não vejo graça em nada
até escrever virou suplício
muito do que brota se perde neste estado em que me encontro.

Na verdade, não sei bem como proceder.
Porque há muito não me via sofrer
por um amor perdido.

Em outros tempos saí dos relacionamentos vencidos e cansados
com um sentimento de vitória e rejuvenescida, porque sabia que o que me esperava era melhor...
o amor tinha acabado
e abandonar o barco, era navegar em águas calmas.

Agora saí te amando
vencida e cansada
com um sentimento de derrota e envelhecida
E sabendo que essas horas de solidão (que podem ser muito mais de cem)
não me trarão nada melhor.

Meu amor insiste e abandonei o barco para ficar à deriva de águas revoltas.

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